segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DIA DOS PROFESSORES

E em meio as comemorações do dia das crianças, não esquecemos dos professores, profissionais sem os quais seria impossível que nossas crianças tivessem um futuro melhor. A homenagem da direção da nossa escola a essas incríveis pessoas foi simples, mas de coração. No dia 15 fizemos um "almoço" com uma mesa de frios, salgados e doces. Tudo simples, mas de muito bom gosto! A lembrancinha foi uma toalhinha personalizada para cada professor e para os funcionários de outras áreas também, que apesar de não estarem na sala de aula, acabam sendo, de certa forma, professores também. Para finalizar, deixo aqui um poema de Thiago de Mello em homenagem a Paulo Freire, um dos mais belos poemas sobre a educação que já existiu!
CANÇÃO PARA OS FONEMAS DA ALEGRIA

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.

Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.

Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,

e poder ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas

são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.

Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:

porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,

e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão

que o mundo é seu também,
que o seu trabalho não é a pena paga por ser homem,
mas o modo de amar – e de ajudar

o mundo a ser melhor. Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:

ele atravessa os campos espalhando a
boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte

contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.

Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.

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